A cor em ação
“Da pintura rupestre aos elaborados “Pantones” muita coisa
já foi descoberta e outras ainda estão por ser.” Leonardo
Reis Calheiros
fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,69834064,00.jpg
Muitas dúvidas ainda pairam na cabeça dos profissionais
quando falamos de cor ou da escolha das cores para o procedimento de
Micropigmentação. O melhor de tudo que é muito mais simples e fácil do que se
imagina escolher a cor e deixar que ela se mantenha fiel ao projeto definido
entre o profissional e a cliente. Registrei no meu livro, que há uma tríade na
Micropigmentação, formada pelo aparelho, a tinta e o profissional. Quando
pergunto qual dos três é o ser inteligente a resposta é o profissional, mas, no
entanto, quando algo dá errado a culpa recai sobre a tinta e o aparelho?
Precisamos desmistificar o quanto antes a aplicação da cor!
Um bom curso ajuda muito, mas um profissional aberto a entender e a aprender
faz toda diferença!
A revelação da cor é um processo físico, onde a luz e a
nossa pele são determinantes para o bom resultado visual. A cor é dependente da
luz, do observador e do objeto em questão. Se um dos três sofre variação a cor
também sofrerá! Mas existe uma questão importante a ser lembrada por nós, que é
o fato dessa cor ser implantada em uma pele com sucessivas camadas, teor de
oleosidade e umidade relativos, espessura inerente a cada ser humano e com o
resultado intimamente ligado ao processo inflamatório, ou seja o sistema imune
é de fato responsável por mais da metade do sucesso ou do insucesso de nossos
resultados práticos! E a cor precisa ser entendida com fenômeno Físico que é!
Na Teoria das Cores afirmamos que a cor é um fenômeno
físico dependente a existência da luz, ou seja, na ausência de luz não
existiriam as cores.
O preto é percebido quando a substancia que dá cor ao
objeto absorve praticamente toda a luz que o atinge. Já o branco é percebido quando
o objeto possui a capacidade de refletir praticamente todas as faixas de luz.
Pode-se dizer, na Física que o branco e o preto não são cores propriamente, e
sim a presença ou ausência da luz, Leonardo Da Vinci cita dessa forma em seu
tratado sobre cores, dizendo que os Filósofos não aceitariam mas os pintores
não podem viver sem elas. Isaac Newton foi o primeiro a associar que a luz do
Sol tinha forte relação com a existência das cores, quando dissociou a luz
solar nas cores do arco-íris através de um prisma.Surgia ali o primeiro esboço
do que posteriormente viria a ser a Teoria das Cores.
Goethe, desafiadoramente cria um padrão de cores com o
círculo cromático, concebendo a ideia de que as cores são mais que um efeito ou
fenômeno físico, seriam resultado de sensações e moldagens cerebrais
relacionadas a nossa percepção e estabilidade física.
Desde lá para os dias atuais, as aplicações da cor foram
crescendo e com o avanço da tecnologia, a aplicabilidade e objetivos foram
sendo ampliados exponencialmente.
E com grande avanço da globalização e
tecnologia dentro da Micropigmentação muita coisa que antes era tomada como lei
atualmente vem sendo combatida com a Ciência tomando a frente contra o achismo
e o empirismo. Muitos professores ainda ensinam cores primárias e secundárias
usando a Estrela de Oswald como verdades absolutas e teimam em afirmar que
existe pigmento azul na tinta preta ou nas outras cores por não entenderem a
cor como fenômeno físico e ao misturar preto com amarelo e descobrirem o verde
estes acham que há o azul ali. Outros acreditam haver melanina azul ou verde,
mas se esquecem de que existem duas qualidades de Melanina a Eumelanina e a
Feomelanina.
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Durante os últimos anos fomos pioneiros na introdução da
pesquisa e da Ciência na Micropigmentação eu e o professor Sidney Duarte.
Fomentando a iniciação científica em grupos diversos, nas mídias sociais, nos
eventos diversos e nos Congressos Científicos como o Estética e suas versões
Rio de Janeiro, São Paulo e atualmente Nordeste! Avanços estão sendo feitos e o
benefício maior é para o profissional que busca qualificação e informação!
Alguns pontos interessantes para este capítulo que pretende
abordar a cor em ação é fazer pensar! Mais que incentivar receitas prontas ou
fórmulas, temos a obrigação de estimular o senso crítico!
Se sabemos que não há reação química entre melanina e tinta
como podemos afirmar que a mistura de ambas é o resultado sonhado?
A implantação do pigmento se dá de forma irregular variando
pouco na Derme Papilar, a Melanina está depositada na Epiderme, como seria
possível esta reação? Não havendo melanina colorida, ou seja, em cores
primarias segundo a Estrela de Oswald, como seria possível criarmos uma
terceira cor como resultado?
Ainda sabemos que a cor da pele não é ditada apenas pela
Melanina mas um conjunto de relações entre a Anatomia, Fisiologia e a própria
Patologia como Ciência. Quando entendemos o fenômeno dessa associação tudo vai
ficando mais claro. Vejam, cada pele possui um grau diferente de translucidez
ou opacidade, cada pele possui uma espessura, graus de umidade e oleosidade
diferentes. Uma pele bem hidratada revela cores mais vivas, brilhantes e com
maior transparência.
A profundidade com que aplicamos a tinta na pele dificulta
a reflexão da luz, tais reflexos tendem a ser escurecidos e revelarem cores
inexistentes aos olhos do observador! Daí ser importante entender o processo
técnico, ou seja conhecer a técnica para se alcançar determinado efeito de cor.
Algumas pessoas argumentam ao citar que tatuadores não se
preocupam com as modificações de cor, mas isso também não é uma verdade
absoluta. A questão mister no caso é que tatuadores usam cores primárias e
secundárias e raramente os castanhos que tanto usamos. O veículo usado, pigmento e as cores do mesmo são diferentes
mesmo pertencendo a uma mesma família.
Micropigmentadores usam muito mais cores compostas com
diferentes reflexos dominantes, são os castanhos. Aplicam na pele do rosto com
camadas muitas vezes mais finas e com menor translucidez. As vezes com a luz
sendo espalhada pela concentração de água ou óleo na pele.
A relação entre a Anatomia e a Técnica utilizada na
Micropigmentação deve ser colocadas em pauta nos cursos de Micropigmentação
pelo menos nos avançados, pois sabemos hoje da relação entre saturação e
profundidade de uma cor para o resultado escolhido. Este é um dos motivos pelo
qual a seleção natural sem encarregará de equilibrar nosso mercado! Investir em
conhecimento e na Ciência!
A fotodegradação da tinta é outra realidade a ser pensada,
e por este motivo devemos entender que não é positivo misturar marcas
diferentes ja que cada fabricante sabe sua composição e usa bases específicas
em suas criações.
Conseguimos a duras penas eu e a professora Ângela Virginia
firmar a pós-graduação em Dermomicropigmentação, lutando contra o preconceito a
ignorância e até a intolerância de muitos profissionais, mas é fato não há
volta! O título de Especialista com registro no MEC é mais um passo em prol da
evolução de nossa profissão e da Estética em geral, pois agora Esteticistas de
nível superior contam com uma nova especialização no formato Latu-sensu.
Mestres, Doutores e especialistas juntos para a formação de excelência em nossa
profissão.
O Congresso Científico nos abriu inúmeras possibilidades e
agora cabe a todos nós mantermos projetos como este cada vez mais a frente de
seu tempo!
Um Capitulo é muito pouco para abordagens como estas
citadas acima mas precisamos estar abertos as mudanças e a toda evolução que
vivemos hoje em nossa profissão.
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http://www.antroposofy.com.br/wordpress/a-teoria-das-cores-de-goethe/
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http://www.teoriadascores.com.br/cor-pigmento-e-cor-luz.php
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ATKINS, P. W; Moléculas. Tradução de Paulo
Sergio Santos ; Fernando
·
Galembeck. São Paulo: Editora da Universidade
de São Paulo, 2006.
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FAZENDA, Jorge M. R; Tintas e Vernizes: Ciência
e Tecnologia. 2ª ed.
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São Paulo: ABRAFATI, 1995. 2 vol.
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Martins, G. B. C.; Sucupira, R. R.; Suarez, P. A.
Z. * Rev. Virtual Quim., 2015, 7 (4), 1508-1534. Data de publicação na Web: 5
de maio de 2015
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